A Polícia Militar relatou como tentativa de homicídio, o caso do garotinho jogado do 5º andar de um prédio em Patos de Minas. Em entrevista ao Patos Hoje, o tenente Carlos Alexandre disse que relatos de testemunhas, da mãe e da própria criança não deixam dúvidas sobre a dinâmica de um crime. O padrasto foi contido por moradores do condomínio e preso.

O crime aconteceu por volta de 17h em um condomínio fechado no bairro Ipanema em Patos de Minas. Moradores do condomínio contiveram o indivíduo até a chegada da polícia, ocasião em que ele foi preso em flagrante.

Segundo uma das testemunhas, moradora do bloco 06, no segundo andar, ela ouviu uma discussão no apartamento onde a criança se encontrava com o casal. Afirmou ter escutado a criança gritar: “Não, não, não”, seguido de um barulho forte. Ao olhar pela janela, viu a criança caída na área gramada.

Outra testemunha, que reside no térreo do mesmo bloco, relatou que ouviu uma discussão vinda dos andares superiores e, em seguida, um som muito alto. Ao abrir a janela para verificar, viu a criança caída bem em frente à sua residência. Seu marido pulou a janela para prestar socorro. Ela afirmou ter ouvido a criança dizer: “Ele me jogou, ele me jogou”, e relatou que ouviu a mãe da criança perguntar ao autor: “Por que você fez isso com ele?”

Uma terceira testemunha, moradora do bloco da frente, declarou que estava realizando a faxina em sua casa quando viu, pela janela, um vizinho segurando uma criança pela janela do 5º andar e, em seguida, soltando-a.

Em conversa com a mãe da criança, esta informou que namorava com o autor há mais de dois anos e que haviam se mudado naquele mesmo dia para o apartamento alugado por ele. No local passariam a residir ela, o companheiro e seu filho, de quatro anos. Relatou que passaram o dia realizando a mudança e que, desde as 7h, o companheiro consumia bebidas alcoólicas, além de ter fumado maconha ao longo do dia.

Segundo a mãe, no final da tarde, o autor e seu filho deram banho no cachorro de estimação e, logo após, o autor deu banho na criança, como de costume. Em seguida, ela entrou no banheiro para tomar banho, deixando o menino e o companheiro na sala, aparentemente brincando. Disse que, antes de iniciar o banho, ouviu a criança dizer com voz de medo: “Não, mano, não, mano”, referindo-se ao autor, pois “mano” era o apelido usado por ela para se referir ao companheiro.

Também ouviu o autor responder à criança: “Ó brow, ó brow”, como se estivesse brincando de jogá-lo. Depois disso, houve silêncio. Ela não ouviu mais a criança até ser chamada pelo companheiro, que disse com voz séria: “Chama o SAMU, ele caiu da janela.”

Ela correu até a janela e viu o filho caído no solo, descendo imediatamente para socorrê-lo. A criança repetia: “O mano me jogou da janela, o mano me jogou da janela.”

Moradores do condomínio informaram que o autor tentou fugir, mas foi contido na portaria até a chegada da Polícia Militar. A mãe permaneceu com a criança nos braços até a chegada do SAMU. Ela afirmou ainda que o companheiro costumava fazer brincadeiras de mau gosto com o menino, como jogá-lo para o alto, o que sempre a preocupou. Quando questionada sobre o uso de substâncias pelo autor, confirmou que ele ingeriu bebidas alcoólicas desde a manhã e fumou maconha durante o dia.

Segundo a versão do autor, ele estaria brincando com a criança próximo à janela, mostrando a vista do novo apartamento, e a criança teria caído acidentalmente, pois ele não conseguiu segurá-la. Negou ter agido com maldade e afirmou considerar a criança como um filho.

A criança foi encontrada consciente, porém em estado de choque. O SAMU realizou atendimento no local e a encaminhou ao Hospital Regional, onde exames constataram apenas uma leve escoriação no queixo.

O menino caiu sobre uma área gramada entre os blocos e, apesar da altura da queda, milagrosamente não sofreu ferimentos graves.