Um rapaz de 28 anos morreu durante um resgate para uma clínica de recuperação. O fato aconteceu nesse domingo (20) e é tratado como homicídio. Os suspeitos foram conduzidos para a Delegacia para prestar esclarecimentos. O corpo do homem identificado como Murilo Henrique da Silva Francisco foi levado para o IML.
A Polícia Militar foi acionada pelo Samu. De acordo com o relato do socorrista, a equipe foi abordada no posto fixo por um Parati verde com quatro ocupantes. O motorista, identificado como Gabriel Rychardy Rodrigues, de 20 anos, alegou ter encontrado Murilo caído no bairro Alto da Serra e que estaria apenas prestando socorro.
No local, além de Gabriel, estava Germano Silves Starling, de 35 anos. Germano informou à polícia que um quarto indivíduo, Rafael Dário da Silva, de 25 anos, fugiu assim que percebeu a seriedade da situação. Germano relatou trabalhar para Jefferson Maycon Rodrigues, que administra uma antiga clínica de recuperação no Alto da Serra, onde Germano e outros indivíduos residem. No domingo, a mando de Luís Antônio Prado, de 48 anos, também morador da residência e envolvido nas intermediações de internações, Germano e Rafael se dirigiram de Fiat Uno até Araxá para buscar Murilo e levá-lo a uma clínica em Presidente Olegário.
Chegando em Araxá, Murilo teria resistido à remoção, demonstrando agressividade. Germano contou que ele, Luís e Rafael o contiveram à força, segurando-o para colocá-lo no veículo. Durante a luta, Germano afirma ter sofrido a quebra parcial de um dente.
A viagem de volta para Patos de Minas foi marcada por agressões. Segundo Germano, Murilo tentou escapar do carro repetidamente, e Luís e Rafael o agrediram violentamente com socos, chutes e golpes de "mata-leão", a ponto de deixá-lo inconsciente diversas vezes. Em um momento de aparente calma de Murilo, ele teria agido rapidamente, pegando a chave da ignição, o que resultou em um choque contra o retrovisor e o para-brisa do carro.
Após esse episódio, Rafael e Luís teriam arrastado Murilo para fora do veículo, na beira da BR-146, onde as agressões continuaram com ainda mais violência. Germano relatou que Rafael aplicou outro "mata-leão" em Murilo, deixando-o novamente desacordado. Ao colocarem o jovem de volta no carro, Rafael ainda teria pisado fortemente em sua cabeça.
Germano acredita que Murilo perdeu a vida após essas agressões brutais, ocorridas próximo ao trevo de Brejo Bonito.
Na entrada de Patos de Minas, Luís assumiu a direção e seguiram para a residência no bairro Alto da Serra, onde Jefferson já os aguardava. A intenção era limpar o sangue do rosto de Murilo. No local, perceberam a coloração roxa na boca da vítima e Rafael tentou reanimá-lo sem sucesso. Vestiram Murilo e, em seguida, Gabriel os levou até o SAMU.
No momento em que a equipe do SAMU constatou o óbito, Rafael fugiu. Luís e Jefferson não acompanharam Gabriel e Germano.
Em seu depoimento, Gabriel confirmou o pedido de seu pai para ir à residência e levar uma pessoa para atendimento médico. Ele viu Germano e Rafael carregando Murilo para seu carro e notou a ausência de sinais vitais durante o trajeto para o SAMU. Gabriel nega ter dito que encontrou Murilo na rua e alega desconhecer as agressões.
A Polícia Militar localizou e prendeu Rafael Dário em um posto de combustíveis na cidade, após uma denúncia anônima. Na delegacia, Rafael apresentou uma versão diferente, minimizando as agressões e alegando que Murilo se feriu ao bater a cabeça no para-brisa durante uma freada. Ele confirmou o banho em Murilo na casa de Jefferson e que já suspeitava da morte durante a viagem, tentando reanimação sem sucesso. Jefferson negou as agressões e disse desconhecer o paradeiro de Luís.
O delegado de homicídios, Luís Mauro, conduziu os primeiros depoimentos, e a perícia técnica analisou o veículo e a residência. O telefone de Germano foi apreendido para investigação.
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