O 12º Batalhão de Bombeiros Militar (12º BBM) teve um dia de trabalho intenso neste período de estiagem, combatendo uma série de incêndios em vegetação e área rural na região de Patos de Minas. As ocorrências, que somaram ao menos cinco ao longo do dia, tiveram origem humana, sendo a maioria, na avaliação dos militares, "intencional e irresponsável".
A primeira chamada foi registrada às 11h00 na Rodovia Natalino Fernandes Caixeta, conhecida como Estrada da Serrinha. O fogo não estava às margens da pista, mas sim em uma palhada de milho já colhida dentro de uma propriedade rural. Ao chegar ao local, a Guarnição de Bombeiros (GU BM) encontrou seis trabalhadores da fazenda, que já haviam iniciado os trabalhos de contenção com um trator equipado com grade de arado e um caminhão-pipa.
Imediatamente, os bombeiros assumiram a coordenação das operações. Orientaram a ampliação do aceiro – uma faixa de terra limpa para impedir o avanço das chamas – feita com o trator e otimizaram o uso da água do caminhão-pipa para o resfriamento e combate direto. A guarnição também atuou com sopradores, retirando material combustível e consolidando o aceiro. A ação conjunta permitiu o controle do fogo, que consumiu aproximadamente 0,9 hectare (9.000 m²) e exigiu o uso de 5.000 litros de água.
Fogo se alastra e atinge empresa
Concluído o primeiro atendimento, a mesma guarnição foi direcionada para um novo foco de incêndio, desta vez em uma empresa, localizada nas proximidades. As chamas atingiam um dos montes de serragem da empresa. De acordo com a apuração dos bombeiros no local, o incêndio foi possivelmente provocado por fagulhas provenientes da palhada que havia sido combatida minutos antes.
Diante do novo desafio – um incêndio em material compacto e de alta combustibilidade –, a estratégia foi adaptada. Os militares isolaram a parte que estava em combustão e solicitaram o apoio do Auto Bomba Tanque (ABT), veículo com maior capacidade de água e potência para esse tipo de situação.
A sequência de atendimentos não parou por aí. Um terceiro incêndio foi registrado às margens da rodovia entre Patos de Minas e Patrocínio. No entanto, quando a equipe chegou ao local, o fogo já havia consumido toda a vegetação disponível em uma área de cerca de 1.000 m² e se apagado sozinho.
Além dessas, os bombeiros atenderam a um incêndio próximo à Mata do Cachorro. Nessa ocorrência, a atuação rápida da equipe do ABT foi crucial para impedir que o fogo atingisse a área de mata preservada, evitando um desastre ambiental de maiores proporções. Uma quinta ocorrência foi registrada em área urbana, na Rua Antonio Augustinho Braga, nº 80, completando um dia atípico e desgastante para os militares.
O 12º BBM, ao relatar as ocorrências, fez um alerta sério à população. "Como é esperado para o período que estamos vivendo, tivemos um dia cheio de ocorrências de incêndio em vegetação. A maior parte desses incêndios não aconteceria sem a ação humana, quase sempre uma ação intencional e irresponsável", afirmou.
Ele lembrou que a prática de atear fogo em áreas de mata ou mesmo em propriedades privadas é crime. As queimadas são tipificadas tanto no Código Penal (Art. 250 – causar incêndio expondo a perigo a vida ou o patrimônio) quanto, principalmente, na Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98).
A lei penaliza severamente o ato de colocar fogo em lixo, vegetação ou terrenos baldios, devido aos graves riscos à saúde pública, à fauna, à flora e ao potencial de causar incêndios de grandes proporções, como os que foram combatidos ao longo desta terça-feira. As punições podem variar de multas pesadas à reclusão.
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