Uma patense de 14 anos passou por uma história que virou exemplo de superação. Ana Luiza tinha 11 anos quando foi diagnosticada com Leucemia Linfoide Aguda e precisou passar pelo tratamento em Barretos-SP. Após uma verdadeira batalha, a garota teve a remissão completa do câncer declarada pelos médicos.

Rosi Alves, mãe da Ana, contou que a filha reclamava de muitas dores nas pernas, porém a mãe acreditava que era devido a rotina da filha. A filha começou a apresentar inchaços nos tornozelos e nas pernas, além de diversos hematomas. Preocupada com a situação, Rosi levou a filha na unidade de saúde para fazer exames.

No final de 2022, Ana se sentiu mal na escola e Rosi a buscou. Quando chegaram em casa, a adolescente desmaiou. A partir de então a situação foi se agravando. Rosi precisar sair para trabalhar e deixou a filha com a mãe. Na casa da avó, Ana desmaiou novamente e ficou desacordada por cerca de 15 minutos. O SAMU socorreu a garota e a levou para a UPA, onde Rosi foi orientada a procurar a unidade de saúde.

A garota já havia feito os exames, faltavam apenas os resultados. Rosi disse que quando eles ficaram prontos e a médica foi olhar, percebeu que o semblante dela havia mudado. A médica orientou então que Rosi procurasse uma hematologista. Na época, a consulta com a especialidade não era contemplada pelo SUS em Patos de Minas.

A mãe pagou uma consulta com a dra. Monique Magalhães. Rossi disse que, quando a hematologista viu a sua filha, ouviu ela dizer: “não entendo como sua filha conseguiu chegar andando”. A médica informou para a mãe, que a Ana estava com uma possível Leucemia e que iriam ser necessários mais alguns exames.

Devido as condições da família, a médica conseguiu que os exames fossem feitos no Hospital Regional. Segundo a dra. Monique, assim que o resultado confirmou que a garota estava com Leucemia, informou para Rosi e já cadastrou Ana no SUS Fácil, porém o laudo foi negado. O estado de saúde da adolescente só piorava. Foi então que a médica ligou para o Hospital do Amor, em Barrretos-SP, e conseguiu uma vaga.

A partir de então, Ana enfrentou uma nova rotina passando pelo tratamento. Os médicos informaram para Rosi que o estado de saúde da garota era grave e que se tivessem demorado mais, possivelmente teria sido fatal. Rosi contou que Ana precisou de transfusão de plaquetas, porém passou por intercorrências: “naquele dia, minha filha morreu”, lembrou a mãe.

No meio da dificuldade, Rosi se apegou em algo que ela carrega consigo todos os dias: a fé. Ela disse que é uma cristã fervorosa e que naquele momento foi até o banheiro e orou, pedindo ajuda para Deus.

A batalha da garota estava apenas no começo. Durante a quimioterapia, Ana contraiu pancreatite aguda de 4° grau, embolia pulmonar e ainda sofreu taquicardia. Rosi ainda ouviu o médico dizer que: “somente a embolia pulmonar era suficiente para a Ana falecer”. A mãe disse que transformou as lagrimas em oração e novamente foi até o banheiro e clamou a Deus.

Com a situação cada vez mais delicada, Ana ainda precisava de um doador de medula. O irmão João Vitor fez o teste e descobriu que era compatível. Mas, Ana ainda não podia receber o transplante. A embolia pulmonar causou um coagulo de sangue. A garota tomou as medicações necessárias e foi possível receber o transplante.

Segundo Rosi, após o procedimento, Ana não teve sequer uma febre. A mãe contou que teve que esperar dois anos para compartilhar a notícia, pois era o período para fazer os exames e verificar como a garota estava. Os médicos constataram que Ana teve a remissão completa do câncer.

A dra. Monique explicou que a palavra remissão é utilizado pela medicina pois, devido ao tempo que se passou, ainda não é possível dizer que ela foi “curada”. Mas, Rosi não tem dúvidas de que “para Deus, a Ana está curada”.

A médica contou que usa o caso da Ana como exemplo de superação para outros pacientes: “não parece que é uma pessoa que fez quimioterapia, que tratou Leucemia, que passou pela UTI, que esteve tão grave, com tanta complicação. Ela é uma vitoriosa! ”.

Durante entrevista para o Patos Hoje, Ana não escondeu as lagrimas. Ela afirmou que foi um momento muito difícil, mas que recebeu força da mãe. “Hoje eu acho que tenho mais felicidade no meu coração, porque a gente não pode ter medo, não pode desistir da nossa vida”.

Rosi aproveitou o momento e agradeceu a todos que, de alguma forma, ajudaram durante o tratamento da filha. A mãe também destacou a importância das ações da Fundação Pró-Curar-Se, de prevenção e apoio a pessoas com câncer.