O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta sexta-feira a abertura de fronteiras terrestres fechadas devido à pandemia do coronavírus e do comércio, mas admitiu que corre risco de ser responsabilizado por um eventual agravamento da disseminação da doença caso as medidas tenham resultado negativo.
“Abrir o comércio é um risco que eu corro, porque se agravar vem para o meu colo”, disse Bolsonaro na cerimônia de posse do novo ministro da Saúde, Nelson Teich, que foi nomeado na véspera para assumir o cargo no lugar de Luiz Henrique Mandetta.
O presidente também disse que tem conversado com o ministro da Justiça, Sergio Moro, sobre a possibilidade de reabrir fronteiras terrestres que foram fechadas devido à pandemia, e citou especificamente os casos de Paraguai e Uruguai.
Todas as fronteiras terrestres brasileiras foram fechadas para evitar a entrada de pessoas contaminadas no país, assim como foram restringidas as entradas de estrangeiros por aeroportos e portos.
Bolsonaro demitiu Mandetta do comando do Ministério da Saúde por discordar da estratégia do então ministro sobre o enfrentamento à pandemia.
O presidente defende uma reabertura das atividades e diz que somente os integrantes do grupo de risco devem ficar isolados, enquanto Mandetta publicamente recomendava à população que seguisse as orientações de governadores para ficarem em casa para evitar a disseminação da doença. O chamado isolamento social também é defendido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Na posse do novo ministro Teich, que se disse na véspera estar totalmente alinhado com Bolsonaro, o presidente voltou a insistir na necessidade de relaxar o isolamento social, mesmo ressalvando que não pode intervir diretamente na situação, já que o Supremo Tribunal Federal (STF) deu a governadores e prefeitos o poder de tomar medidas.
“Tenho certeza que ele (Mandetta) fez o que achava que devia ser feito. Eu tenho certeza que ele sai com a consciência tranquila. Por que substituir? Minha visão é diferente de um ministro que está focado em seu ministério. Minha visão é mais ampla”, disse.
“A visão do Mandetta, muito boa, era focada na saúde, na vida. A minha entrava a economia, o emprego, entrava o Paulo Guedes (ministro da Economia)”, afirmou.
Fonte: Reuters
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