Os casos de violência doméstica não param em Patos de Minas e revelam quanta dor e sofrimento provocam nas vítimas. Um homem foi preso em flagrante na tarde dessa quarta-feira (2) sob acusação de agredir a esposa, com quem mantém um relacionamento abusivo há 12 anos. A vítima, que relatou sofrer violência doméstica há mais de uma década, foi encontrada com marcas de sangue pelo corpo, rosto inchado e uma fratura na cabeça. Ele chegou a tentar enganar os policiais dizendo que a esposa era muda.

A Polícia Militar foi acionada por uma ligação anônima informando que uma mulher implorava por socorro em uma residência no bairro Alto da Serra. Ao chegarem ao local, os militares foram recebidos pelo acusado de 33 anos, que afirmou estar tudo tranquilo e que a esposa havia saído para o supermercado.

O acusado demonstrou inquietação e contradições ao ser questionado. Inicialmente, disse que assistia a um filme com a esposa minutos antes, mas em seguida afirmou que ela não estava em casa. Ao levar os policiais para o quintal, na tentativa de afastá-los da residência, um policial avistou uma mulher dentro da casa.

Questionado, ele disse que se tratava de sua irmã, que seria "muda". Diante da insistência da equipe, a mulher saiu da residência "toda escabelada, com o rosto inchado de chorar e com marcas de sangue pelo corpo", conforme descrito no boletim de ocorrência.

Afastada do agressor, a mulher de 30 anos, relatou em voz baixa e trêmula aos policiais que sofre agressões do marido há aproximadamente 12 anos. Disse nunca ter denunciado por medo de que ele pudesse matá-la, descrevendo-o como "extremamente agressivo e violento em casa".

Nesse dia, após consumir bebidas alcoólicas, ele teria agredido a esposa na frente do filho do casal, de 6 anos, com "socos na cabeça, chutes e empurrões". A vítima foi encaminhada ao Pronto Atendimento do Hospital Santa Casa de Misericórdia, onde foi diagnosticada com escoriações em ambos os lábios, hematoma com inchaço na testa, corte com sangramento no couro cabeludo e uma pequena fratura no lado esquerdo da cabeça.

Ele foi informado de seus direitos constitucionais e preso em flagrante pelo crime de lesão corporal. Na delegacia, negou as agressões e alegou que, se tivesse agredido a esposa, "estaria com as mãos machucadas". Questionado sobre os ferimentos dela, optou por permanecer em silêncio.

A vítima revelou um longo histórico de violência com agressões físicas incluindo enforcamento, sufocamento, estrangulamento, pauladas, socos, chutes e tapas, relação sexual forçada contra a vontade, comportamento controlador e de ciúmes excessivos, perseguição nos locais que frequenta, impedimento de visitar familiares ou amigos, controle sobre acesso a dinheiro, conta bancária ou outros bens e entre outros.

A vítima também informou que o agressor faz uso abusivo de álcool e medicamentos, está desempregado e tem dificuldades financeiras, e que as agressões têm se tornado mais frequentes e graves nos últimos meses.