A defecção do PSD queimou a gordura que o governo tinha na contagem de votos contra a abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, disseram à Reuters duas fontes palacianas, mas o Planalto ainda avalia que consegue derrubar o processo, mesmo que por uma margem mínima.
“Em nossa conta pessimista estamos sem gordura. Foi queimada nossa gordura. Qualquer corte agora é na carne”, disse uma das fontes.
“Temos os votos, mas sem gordura”, disse a outra fonte.
Qualquer nova defecção nos próximos dias pode complicar ainda mais a situação da presidente, admitiu uma das fontes.
Até esta quarta-feira, a contabilidade do Planalto, que pode ser avaliada como otimista, era de 185 votos para o governo, uma conta apertada --para o impeachment ser derrotado são necessários 172 votos contra o impedimento ou que os votos favoráveis não cheguem a 342.
O governo inclui na conta, por exemplo, 20 dos 65 deputados da bancada do PMDB e um terço da bancada do PSD. O partido do ministro das Cidades, Gilberto Kassab, votou em sua maioria nesta quarta-feira, em reunião interna, pelo encaminhamento ao impeachment da presidente. No final da tarde, o líder do partido, Rogério Rosso (DF), confirmou que a decisão, apesar de afirmar que serão “respeitadas as minorias”.
Mesmo com 185 votos, o governo ainda teria um placar apertado para a votação em plenário, no próximo domingo. “Esse é o mínimo, do mínimo, o que três ministros fizeram as contas e garantiram que existe hoje”, disse à Reuters uma terceira fonte palaciana. “A coisa está feia, mas não perdida.”
A fonte reconhece, no entanto, que os próximos dias continuarão em um “estica e puxa” entre os dois lados. A meta do governo era chegar a 205 deputados, mas as defecções dificultam o trabalho. Garantidos, no entanto, o Planalto tem mesmo só 93 votos --58 da bancada petista, os seis votos do PSOL, já que o partido anunciou que votará contra o impeachment, dois do PTdoB, 11 do PCdoB e 16 dos 20 pedetistas, já que o mesmo o partido tendo anunciado que votará com o governo, quatro parlamentares ainda são contrários.
Fonte: Agência Reuters
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