Um desentendimento entre vizinhas no bairro Cristo Redentor, em Patos de Minas, escalou para violência física na última semana. O caso, registrado pela Polícia Militar como "vias de fato", envolveu uma mulher de 37 anos e uma jovem de 18 anos, que se agrediram mutuamente após uma discussão sobre a perfuração da orelha e do nariz da filha da mais velha.

De acordo com o relato policial, a briga começou quando a jovem visitou a residência da vizinha para discutir a realização do procedimento estético na criança. A mãe recusou veementemente, gerando uma discussão verbal que rapidamente se transformou em agressão física.

A mãe da criança disse que a vizinha insistia no tema e, após ser repelida, jogou café no rosto dela, puxou seus cabelos e a mordeu na mão. Em resposta, a jovem teria usado uma vassoura para golpeá-la e a arranhou com as unhas. A jovem afirmou que apenas buscou autorização para o procedimento, mas foi recebida com grosseria pela mãe da criança, a qual iniciou as agressões ao atirar café em seu rosto e atacar seu cabelo.

Ambas sofreram escoriações leves: a mãe da criança no ombro e a vizinha na região do nariz e na mão. Elas foram separadas por familiares.

A PM foi acionada por telefone às 19h51 e, após deslocamento ao local, conduziu as autoras à delegacia para registro do fato. O caso foi tipificado como lesão corporal (Art. 129 do Código Penal), enquadrado como infração de menor potencial ofensivo (Lei 9.099/1995). Ambas assinaram Termos de Compromisso de Comparecimento e Termos de Representação, comprometendo-se a comparecer ao Juizado Especial Criminal (JECRIM) de Patos de Minas quando intimadas. Recusaram atendimento médico na UPA.

O Termo Circunstanciado de Ocorrência foi encaminhado ao JECRIM nesta terça-feira (29). O juiz definirá data para audiência de conciliação, onde as partes poderão negociar um acordo. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) atuará como fiscal da lei.

O incidente ocorreu em meio a tensões cotidianas entre famílias do mesmo bairro. Nenhuma delas possui antecedentes criminais. O caso reforça a importância da mediação de conflitos em comunidades, evitando que desentendimentos banais se transformem em violência.